Setúbal, justamente considerada pela altiva independência do seu povo, pela admirável coesão do seu operariado – a "Barcelona Portuguêsa”....
SOCIEDADE SETUBALENSE
 Destacamos a população setubalense, pelas suas características no mundo do trabalho ligada às pescas e ao sal.
Assim, o associativismo começou a ser o alvo preferencial para levar a bom termo a Revolução Social capaz de pôr cobro às graves desigualdades que atormentavam os mais desfavorecidos.
Os Setubalenses sempre foram homens de letras e da política das correntes revolucionárias, ligados às vanguardas do Anarquismo que manifestavam a revolta sentida, através das suas lutas e das suas obras.
Porque houve tempos em que a nossa terra não ia em cantigas eleitorais, porque houve alturas em que as nossas gentes sabiam que a polícia não era parte da solução mas sim do problema e porque sabemos que esses tempos não foram assim tão distantes, queremos relembrar e celebrar aqueles que ainda hoje se opõe aos planos dos "grandes" e "poderosos", que resiste à "Nova Setúbal" dos Tróia Resorts, e Vales da Rosa.

FÁBRICA de CONSERVAS


VIDEO de : http://www.memoriamedia.net/

Arronches Junqueiro (1868-1940)
A 13 de Janeiro último cumpriram-se 140 anos sobre a data natal, em Setúbal, do eminente homem de saber, exímio prosador, apreciado poeta, meritório artista plástico, atento e participativo cidadão António Casimiro Arronches Junqueiro. Na cidade que foi seu berço e a cujo estudo e divulgação dedicou o amor e carinho que em sua alma grande cabiam, nem uma única voz se fez ouvir, por débil que fosse, em celebração de tão significativa efeméride. Sabemos bem que os hodiernos ventos não sopram favoráveis a celebrações de carácter cívico e de feição comemoracionista… A voragem do tempo que corre impõe-nos (exige-nos, mesmo) um ritmo de viver que não se coaduna com a sã prática reflexiva a qual implica o olhar atento e a actuação constante sobre o passado. Ora é nesse passado que buscaremos as raízes do que somos e é nele, afinal, que encontraremos as forças necessárias para traçar o rumo certo no desvendar dos caminhos do porvir, do futuro colectivo.

Arronches Junqueiro
Dezembro de 1919.

Arroches Junqueiro tocando viola


Noite de Inverno

O vento rosna nas frinchas
das portas. Um pingo cai
compassado
a chorar
do beiral do meu telhado

E pela vastidão da noite escura
misteriosa
angustiosa,
ecoa a sinfonia da procela.
Enfurecido,
com braço vigoroso de bandido
o vento vem forçar-me os vidros da janela.

A luz
à minha cabeceira, oscila e treme.
Sinto um calafrio a repelar-me,
e olho a vida em doidas espirais…
parece uma bandeira a acenar-me,
a fazer-me sinais.
Lá fora há uivos, gritos, estertores
de árvores a gemer,
numa miséria trágica de dores…
Troncos estalando,
folhas doidejando,
na luta colossal de querer viver.

O vento, como um deus louco e potente
em fúrias singulares,
rugindo como fera omnipotente
sacode e torce, em crises de demente
os troncos seculares

Alta noite.
O bandido cansou-se. Reina o silêncio
Apenas um pingo cai
Compassado,
Espaçado,
A chorar
dos beirais do meu telhado.

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